Antes de falarmos novamente sobre Thanos, esta semana
resolvi catar umas edições que tinha em casa para trazer pra vocês. Uma delas é
esta, uma edição especial do Homem-Aranha: Rei do Crime Até A Morte, de 1998. A
revista não é exatamente um grande clássico, mas certamente é muito especial.
O argumento é de Tom
DeFalco, ele é escritor e editor chefe da Marvel há anos, especialmente
trabalhando com o Homem-Aranha, um nome de inegável importância dentro da Casa
das Idéias. O roteiro é assinado por ninguém menos que o próprio Stan Lee, que definitivamente despensa
apresentações. Sua característica conversa com o leitor se faz presente em
vários trechos da revista. Os desenhos são do mestre John Romita (pai), que desenhou o cabeça de teia, o Demolidor e
Capitão América na década de 60. Como todos devem saber (ou deduzir) ele é pai
de John Romita Jr. Também conhecido por seu trabalho com o Homem Aranha e mais
recentemente com Kick-Ass. Arte final por conta de Dan Green, arte finalista da
marve desde a década de 70 e cores por Steve Oliff, que manteve um aspecto “neo-classico”
com cores quase chapadas.
Tudo começa com um grupo de assaltantes embarcando o produto
de seu roubo em um caminhão quando são surpreendidos pelo Homem-Aranha. No
entanto, o que ocorre é no mínimo bizzaro, dos lançadores de teia são
disparadas balas, matando todos os assaltantes. A notícia rapidamente chega ao
Clarim Diário, e J.J. fica eufórico, pois, parece que enfim será possível
condenar de vez o Homem-Aranha. Outros ataques misteriosos contra criminosos
ocorrem por toda cidade, todos protagonizados pelo Aranha justiceiro.
Pausa para explicações: na época da edição desta revista,
estava em andamento a saga do clone (uma das mais controversas sagas da
história do Aranha, mas enfim...) entretanto nesta edição o cabeça de teia é
mesmo Peter Parker.
Peter não fazia ideia do que essas notícias acarretariam e quando
ele próprio, como Homem-Aranha, entra em ação, bandidos fogem aterrorizados e
até se entregam à polícia. Sem falar que ele começa a ser perseguido pelos
oficiais e por heróis também. O primeiro a aparecer em seu encalço é o Tocha
Humana, em seguida o Capitão América, Quarteto Fantástico, X-Man... Peter deduz
que é muito mais seguro ser ele mesmo, tira o uniforme e põe-se a caminho de
casa a pé.
Neste momento somos levados ao palácio de Wilson Fisk, o Rei
do Crime. Lá, mas uma vez o Homem-Aranha apareceu, para mata-lo. No entanto o
Aranha ali presente caiu se contorcendo e terminou morto no chão. A trama se
soluciona quando O rei do Crime pede explicações a Dr. Mindella, pois os
Aranhas em questão são capangas contratados em segredo por ele para que
experimentassem uma droga nova chamada Flecha Letal, a qual seria vendida para
outro terrorista chamado Zoltaro, que pagaria dinheiro o suficiente para
reerguer Fisk. Os usuários da Flecha Letal tem sua força aumentada por um
tempo, entretanto morrem ao fim do efeito. Fisk matava vários coelhos com uma
só cajadada, como de costume: incriminava o Homem-Aranha, eliminava seus
concorrentes, testava a droga e ainda faturaria alto na venda dela.
Poderia ser terrível, não fosse pelo instinto apuradíssimo
do advogado Matt Murdock, mais conhecido como o Demolidor. Não acreditando na
culpa do Homem-Aranha, o Demolidor parte em sua procura. Matt conhece a
identidade secreta do Aranha e não acredita que Peter tenha agido de tal forma
com aqueles criminosos. Ao encontra-lo pela rua, o Demolidor pergunta a Parker
se ele atirou naqueles bandidos, analisando a resposta em negativo de Peter com
sua superaudição – tal como um detector de mentiras – Murdock confirma que o
amigo realmente não cometeu tais atrocidades.
A dupla partiu para investigações e logo descobrem e
estouram o esconderijo onde a droga é administrada nos bandidos que se vestiam
de homem-aranha. Peter consegue inclusive fotos inocentando o Homem-aranha
naquele momento. Durante a briga com os falsos homens-aranha, o Dr. Mindella
foge, fuga essa deliberadamente facilitada pelo Demolidor, que o seguiu.
Infelizmente Peter descobriu que Murdock fora ferido e que a droga poderia ter
sido (e foi) injetada em seu sangue. Ele decidira então elaborar um antídoto usando
a droga que ainda restava naquele laboratório, sabendo de seus efeitos mortais,
para salvar Matt.
Enquanto Peter estava no laboratório, o Demolidor seguiu
Mindella até o Rei do Crime, em um combate ferrenho, o Fisk também descobre que
o Demolidor tem a droga em seu sangue, dada a força descomunal com que ele o
ataca, entretanto em pouco tempo o Demolidor cai desacordado, mas não morto.
Fisk só não o matou naquele momento pois tinha outros planos em mente.
Com as informações recolhidas dos bandidos-aranha, Peter
ligou para o Clarim e avisou do ponto de encontro da entrega das drogas do Rei
do Crime a Zoltaro. Indo também para lá, Peter esperava encontrar o Demolidor e
lhe aplicar o antídoto antes que fosse tarde demais.
Em um jogo de traição sobre traição, o Rei do Crime e Zoltaro
arquitetam acabar com os planos um do outro e recuperar tanto a droga quanto o
dinheiro. A arma de um: o Demolidor que receberia mais uma dose da droga. E do
outro uma bomba escondida na maleta de dinheiro. A bomba estourou primeiro,
destruindo o carro onde estava Mindella e o Rei do Crime, entretanto o
Demolidor já cuidava de Zoltaro e seus capangas, nocauteando todos. No meio da
luta, o Homem-Aranha aparece, na tentativa de administrar o antídoto antes que
Matt sucumbisse ao fim do efeito da droga. Não foi fácil, com a força
aumentada, Murdock era um adversário quase imbatível, fora que o Homem-Aranha não
queria machucar o Demolidor. Com um nocaute facilitado pela tontura do efeito final
da droga, Peter conseguiu injetar o
antídoto, torcendo para que não fosse tarde demais para salvar seu amigo.
O Demolidor se salvou, o repórter do Clarim constatou a inocência
do Aranha e o Rei do Crime não conseguiu seu intento de voltar ao poder. Uma
história simples, leve e com socos e pontapés, trazendo pros anos 90 o que foi
visto por muitas vezes na década de 60, mas com certos toques modernos para não
parecer tão deslocado. A edição traz ainda esboços do John Romita, confira um abaixo. Até a próxima.
(*todas as imagens deste artigo saíram de scan da minha própria edição.)
Legal! Essa eu li também! Tá maneiro! Fico aguardando novos reviews!