Review: Guerras Secretas – Marvel Comics



Capa da edição 1
 O que você faria para ter seus desejos realizados? E se lhe propusessem que para isso, bastava vencer um desafio: destruir todos seus inimigos.

Claro que no mundo real isso não é muito ético... mas entre heróis e vilões é um ótimo motivo pra boas pancadarias e muita ação. Essa é a premissa de Guerras Secretas (Secret Wars – no original).
Guerras Secretas foi originalmente lançada em 1984, em 12 capítulos, com roteiro de Jim Shooter e desenhos de Michael Zack e Bob Leyton. Envolveu nada menos que 36 personagens entre heróis e vilões do universo Marvel. Guerras Secretas é considerado o primeiro crossover entre heróis de uma mesma editora. De quem foi a ideia? A indústria de brinquedos... É, na época os bonecos articulados estavam em alta, como os Comandos em Ação (GI-Joe), He-Man e outros, os heróis DC e Marvel não poderiam ficar de fora.

E não ficaram, a concorrência saiu na frente, entretanto a Hasbro ao contactar a Marvel chegou com uma ideia que seus bonecos fossem impulsionados por um evento editorial. De fato, lembro de ter lido os originais de Guerras Secretas lançados no Brasil e nas contracapas de TODAS as edições havia a propaganda dos bonecos e cenários (e particularmente, a vontade de te-los todos era imensa!).

A capa da edição 8 e o boneco do Homem Aranha.

Críticos dirão: “Ah, foi tudo uma jogada de marketing!”. Sim, foi, mas nem por isso deixou de ser uma saga valiosa para o universo Marvel, de muitas maneiras. Vejam só a ironia: os bonecos não tiveram as vendas que foram esperadas. Já as revistas, bem, estas tiveram as maiores vendagens da história dos quadrinhos até ali. Guerras Secretas (a publicação) foi sucesso absoluto.

Outra valia foram os acontecimentos, que como é comum nos crossovers, repercutirem na vida dos personagens envolvidos. Mas voltaremos nisso daqui a pouco.

Mas afinal, do que se trata realmente essa Guerra? Tudo começa com uma construção que surge do nada no meio do Central Park, que atrai a atenção de heróis como Homem-aranha, Capitão América, Vespa, Mulher Hulk, Gavião Arqueiro, Hulk, Homem de Ferro, Quarteto Fantástico dentre outros. Todos são teleportados para uma espécie de nave. Perto deles, numa outra nave idêntica estão um grupo de vilões que incluem Dr. Destino, Dr. Octopus, Homem-absorvente, Ultron, a Gangue da Demolição e até Galactus. Trazidos para ali de onde quer que eles estivessem.

Depois de todos reunidos, eles presenciam a destruição de toda uma galáxia e o surgimento de um único sol e um único planeta. Beyonder então se apresenta e anuncia:
Eu sou do além. Destruam seus inimigos e todos os seus desejos serão realizados! Posso concretizar seus sonhos, sejam quais forem” - Beyonder

Os heróis acham sua fortaleza.
Feita essa proposta, eles são mandados para o chamado Mundo Bélico, e lá tanto heróis quanto vilões encontram quartéis generais equipados o suficiente para o embate entre eles. Toda ação é centrada basicamente em Dr. Destino do lado dos vilões e Reed Richards pelos heróis, mas muita coisa acontece com todos, não tenham dúvidas. A linguagem quase pitoresca da década de 80 é bem curiosa, estranha no início, mas depois de se acostumar ela fica bastante divertida.

Como havia dito, acontecimentos importantes foram levados para além da guerra: O aparecimento de personagens como Mulher Aranha, Vulcana e Titânia (que inclusive tem uma participação importante na saga A Essência doMedo), a entrada da Mulher Hulk para o Quarteto Fantástico e talvez a consequência mais importante até hoje: o novo uniforme preto do Homem Aranha (como visto na segunda figura), que mais tarde revelou-se um simbionte, que depois de rejeitado por Peter Parker, uniu-se a Eddie Brock, dando origem a Venom, um dos maiores inimigos do Cabeça de Teia.

Capa da edição 4.
"Abaixo de 1,5 bilhões de toneladas
está O Hulk... E ele não está feliz!
"
Rendeu uma sequencia também, onde foi revelado o segredo por trás do Beyonder, e quem diria, é mesmo bem surpreendente. Vale a pena conferir, pode ser meio difícil conseguir, mas a Panini tem uma edição encadernada de 2008. Se toparem com ela por um sebo ou livraria por aí, pensem seriamente em te-lo. Um grande clássico.

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