Review: Aniquilação - Marvel Comics


Quem assistiu Tropas Estelares deve se familiarizar com Aniquilação. Não, o filme não foi inspirado na HQ, mas talvez o inverso. Uma guerra devastadora assola todo universo, comandado por um louco niilista: Aniquilador e seu exercito de insetos gigantes. Um ser pertencente a chamada Zona Negativa que começa a achar que o “nosso lado” do universo, devido a sua expansão, começou a invadir o “lado” dele. Para impedir ele decide dizimar todo o nosso lado.

Aniquilação (Annihilation, no original em inglês) foi lançada em 2006 em 6 edições, com várias outros especiais (como Drax, o Destruidor; Ronan; Os Arautos de Galactus e edições de Nova) para dar suporte. Escrito por Keith Giffen, criador do mercenário Lobo e do estranho e irreverente Besouro Bisonho, sendo mais prolífero em seus trabalhos como desenhista para DC Comics. A Arte é por conta de Andrea DiVito, um dos desenhistas principais de Nova, da Marvel. Destaque especial para coloração de Laura Villari, que com um cuidado extremo e minucioso, trabalhou pagina a página como numa verdadeira obra de arte.

Depois de um furioso ataque em massa à Fornalha (uma espécie de usina de energia, além de uma prisão intergaláctica para condenados a morte), a Tropa Nova entrou em alerta máximo, e durante uma reunião, foram atacados com a mesma violência. A força misteriosa que estaria a mais de dois sistemas estelares de distância surgiu do nada e dizimou as espaçonaves e toda a base da Tropa.

O senhor da Zona Negativa, Aniquilador, resolveu invadir e dizimar nosso universo. Trouxe consigo uma poderosa e imensa tropa de insetos. Sua busca por destruição começou com ataques a centenas de mundos por todo cosmos, havia chegado o que ficou conhecido como o Dia da Aniquilação. No meio de tanta devastação Richard Rider, remanescente do ataque à Tropa Nova, comandava um front no planeta natal da raça Kree, na tentativa de conter a Onda de Aniquilação, logo após terem dizimado os Skrulls. Ao lado de Peter Quill, que já fora chamado de Senhor das Estrelas, Rider luta para conter a onda. Infelizmente as forças do Aniquilador são muitas e este último fronte é subjulgado. Mesmo tendo como aliados os arautos de Galactus: Senhor do Fogo, Espectro Vermelho (que tem uma aparição como novo arauto em A Morte de Galactus) e Estelar.

É o Senhor do Fogo quem conseguiu uma melhor chance à resistência derrotando uma das rainhas da nau capitania (no caso Extirpia) que comandava a tropa de insetos naquele ataque, mas isso quase lhe custou a vida. Isso garantiu que os restantes pudessem encontrar forças para uma crucial vitória diante da onda.

Richard e Peter e a resistência, que contava naquela altura com Drax (que de fato entrara naquela guerra com o objetivos próprios) se dão conta que o que move as tropas do Aniquilador é uma sofisticada e aperfeiçoada tecnologia de teletransporte: eles poderiam se mover por todo universo em um piscar de olhos. Por isso sempre estavam em cima de qualquer exército antes que pudessem reagir. Thanos provia tal tecnologia e outras mais às tropas do Aniquilador. Em uma conversa com a derrotada Extirpia, que estava em vias de ser executada, a rainha revelou a Richard e Peter uma reviravolta naquela guerra. Nos confins do universo, Galactus e o Surfista Prateado haviam sido derrotados pelas entidades que outrora havia sido presos pelo gigante eras atrás. Não foi só derrotado como foi capturado por Thanos, como parte de um plano do Aniquilador em conseguir consumir energia cósmica, tal como Galactus.

O primeiro teste de absorção de energia cósmica com Galactus capturado foi no planeta Kree onde Nova e os outros estavam baseados. Thanos transformou Galactus numa verdadeira arma usando a tecnologia do próprio gigante contra ele. Thanos construiu um mecanismo que transferia toda energia absorvida por Galactus para uma colmeia e só lhe sobrava um gotejar, suficiente para que o mantivesse vivo, já que o gigante ainda permanecia como chave para o funcionamento de todo mecanismo.

Mas Thanos ficara com uma “pulga atrás da orelha” com relação aos planos do Aniquilador. Antes de por Galactus para absorver o planeta Kree, o titã havia sequestrado a filha de Drax, Serpente da Lua. A moça tem poderes telepáticos, e escravizando-a com vermes nanotecnologicos, Thanos a fez revelar o que ela teria visto na mente do Aniquilador: Uma sequencia de fatos e planejamentos tão bizarros onde toda a realidade terminaria e só restaria o próprio Aniquilador, como rei eterno do vazio. Tudo isso proporcionado pelo poder de Galactus que estava agora sob o controle de Aniquilador. Thanos se convenceu que fora enganado, iria desativar a máquina que detinha Galactus e o Surfista Prateado.

Eis que acontece o evento mais importante desta saga. No exato momento em que Thanos desarmava o mecanismo, Drax invade sua nave, passa por toda defesa e maquinário, rompe o campo de força ao redor de Thanos e o mata. Serpente da Lua que assistia a tudo e tentava impedir que Drax executasse Thanos, lhe explica depois de o titã morto que a máquina só desativaria pela assinatura de poder dele. Mas Drax, (que fora criado por Kronos com o único propósito de matar Thanos, por isso deu cabo do titã mesmo em meio a uma situação tão delicada) teve a ideia de usar o Surfista Prateado como a chave para liberar Galactus. Libertando à força o Surfista do casulo tecnológico que o continha, ele conseguiu que Galactus fosse solto usando o poder do Surfista para tal.

Recobrando as forças e extremamente enfurecido, Galactus jurou morte ao Aniquilador. Neste meio tempo Nova, Peter Quill e a herdeira do Capitão Marvel resolvem uma última investida desesperada ao próprio Aniquilador. Ajudados pelo acaso da libertação de Galactus, que de uma única vez dizimou todo o monumental exército do Aniquilador com uma onda de energia que percorreu todo universo, como um lençol sacudido para cima, deixando apenas os aliados de pé, Nova confrontou diretamente o Aniquilador numa batalha praticamente perdida. Acabou descobrindo uma única fraqueza no poderoso exoesqueleto do monstro: sua boca. Enfiando seu braço goela a dentro do Aniquilador, Nova externa suas entranha com suas próprias mãos, dando fim a toda aquela loucura.

Depois da trégua por conta da derrota de Aniquilador, Voraz, um de seus discípulos, trabalhou em segredo com mais uma rainha. Retirando de dentro dela um pequeno ovo azul, revelou a seus atuais seguidores: “O mestre Aniquilador vive!”

Com um enredo cinematográfico, a saga Aniquilação tem muito ainda para ser esmiuçada. Poderia facilmente virar um seriado ou algo do gênero, dado conflitos políticos, militares, heroicos e pessoais presentes nestas seis edições. Fora o grande ato da morte de Thanos, um dos principais vilões do folclore Marvel. Uma saga bem escrita, com um visual clássico dos bons tempos das HQs. Fiquem atentos, Thanos voltará às pautas no próximo review com Imperativa Thanos, aguardem.

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